Do que vou escrevendo...

Não me contas nada. Escondes o teu nome. Não sei de onde vens nem para onde vais. Pergunto-te mas não me respondes. Sorris e ofereces-me a tua resposta favorita. Que agora não é o tempo de explicações. Amas-me neste momento e não há mais nada que cale este beijo que tu me dás.

Vencido pelo meu deslumbramento por ti, eu deixo-me arrastar pela corrente. Sei que resistir é inútil. És um desafio mas guardo as perguntas para mais tarde. Só te quero por perto, cada vez mais perto de mim. Não tens pressa, és tu quem o diz. Estás aqui comigo e não me negas nada. Sinto-o nos teus lábios. As horas passam mas nós não nos separamos um do outro.

Estou cada vez mais preso a ti. Tenho receio de estar a ficar algo mais do que isso mas escondo rapidamente os meus sentimentos. Não te conto nada. Se o fizesse só te faria partir mais rapidamente. Sei que é verdade. Quase que o adivinho nos teus olhos.

Por mais que o escondas eu sei o que sentes. Partirás e não voltarei a ver-te. Mesmo assim, saboreio esta calma rara em que nos encontramos e fico a ver-te enquanto dormes. Deito-me novamente ao teu lado. Não resisto a um beijo que te acorda levemente. Abres os olhos e sorris. Já conheço esse sorriso e sei o que vem a seguir. Deixo-me levar. Continuo sem saber o teu nome.

Não o sei. Se é que alguma vez o saberei. Sei o que sinto, apenas.