“Podíamos sempre recomeçar onde parámos. Eu
ainda tenho sentimentos por ti. Sentimentos fortes.”
“O que queres dizer com isso?”
“Oh, Rafael. É assim tão difícil de
adivinhar? Eu ainda te amo.”
“Eu nunca te amei, Rita. Sabes disso tão
bem como eu. Não me esqueci das pessoas que magoámos para ficarmos juntos.”
Afastaram o olhar um do outro, cada um
recordando o passado à sua maneira. Voltaram atrás no tempo.
Rafael terminara a sua relação com Leonor,
cego de paixão por Rita. Ela fizera o mesmo, terminando uma relação de longa
data com o seu namorado. Tinham virado as costas ao Amor em nome de uma relação
que os mantinha acordados noites a fio. Com o passar daquela febre e da
adrenalina que os envolvia como um manto surgiram as discussões e as
incompatibilidades. Rita chegara à conclusão que o amava verdadeiramente mas
ele não a amava da mesma forma. Apeteceu-lhe mentir. Era tão fácil fazê-lo… tão
tentador… por algum tempo apenas. Não conseguiu. Magoá-la era a última coisa
que faria nesta vida. O único caminho que lhe restava era ser honesto e
contar-lhe toda a verdade.
Numa manhã preguiçosa de sábado, deitado ao
seu lado acariciou-lhe os seus delicados caracóis castanhos-claros de que ele
gostava tanto e disse-lhe o que lhe ia na alma.
“Rita, tu sabes que eu não te posso amar
como me amas a mim. Seria uma mentira. Não é justo, para nenhum de nós. Nunca
te menti e não o quero fazer.”
Ela olhou-o carinhosamente. Conhecia-o melhor que ninguém e sentia o desespero que lhe bailava no espírito. Há semanas que sentia este momento a aproximar-se. "Não digas nada. Eu sei o que sentes. Eu já fui a tua melhor amiga. Conheço-te tão bem, Rafael, só quero o melhor para ti. Promete-me só uma coisa."
“O quê?”
“Que vais ser feliz. Depois disto não te
feches numa concha. Vai atrás da tua felicidade, esteja ela onde estiver.
Prometes-me?”
“Sim, prometo.”
Olharam-se. Era impossível resistir a um
último beijo. Ambos desejavam sentir o toque familiar dos lábios uma última
vez. Foi um beijo breve mas especial. Foi assim que se separaram. Sem mágoa. Isso fora há três meses atrás. Hoje, Rafael não compreendia esta nova atitude de Rita. Pensava nas
palavras dela que faziam eco por entre os seus pensamentos. “Eu ainda te amo…”
“O que é que ele haveria de fazer?”
Pois é, Carpe, Só consigo dizer... pois é. Estranha sensação esta quando li a continuação da história. Não vou explicar o porquê, mas lá que é estranha, é.
ResponderEliminarPor esta altura já quase que me apetece seguir o que lá vem... com algum receio do desfecho. Admito. Coisas minhas, é não ligar.
Beijinho :)
Maria, é curioso como um texto nos pode lembrar tanto que já se passou. Espero que siga a história com interesse mas nunca com receio do desfecho.
EliminarBeijinhos :)
Já tinha saudades de passar por aqui... mas mia culpa...
ResponderEliminarFelizmente só perdi o capitulo 1... sendo assim... vou ver o que perdi para trás...
O amor... e as suas imprevisibilidades e incongruências... sem as quais... a vida não teria qualquer sentido... mas quem seria feliz, numa monótona previsibilidade?... Acho que toda a previsibilidade, já é portadora de infelicidade... Enfim... divagações minhas... indo à procura do começo da historia!...
Bj
Ana
O amor é o mais imprevisível dos sentimentos! Obrigado pelas palavras sempre simpáticas!
EliminarBjs
O amor em nossas vidas...causa por vezes situações bem semelhantes!
ResponderEliminarÉ verdade, é bem verdade :)
EliminarAs partidas que o amor prega:, certezas e incertezas, seguidas de dúvidas e mais dúvidas.
ResponderEliminarSem esta ambivalência o amor teria o mesmo mistério?
Para quando a continuação? Estás a encher-nos de curiosidade!:)
Beijinho
GL, no início da semana há mais :) Obrigado pelas palavras :)
EliminarBeijinho
Só um conselho - follow your heart!!
ResponderEliminarAquele abraço
Um óptimo conselho, Pedro!
EliminarAquele abraço
Podemos sempre recomeçar. ..ou não. ..
ResponderEliminarPois é, Marina, depende!
EliminarBeijinhos
Bom dia
ResponderEliminarLindo..Há sempre tempo para recomeçar..
Beijo e um dia Feliz
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Vamos ver, Cidália, no que acontece!
EliminarBeijinhos
Receava vir a ler o que li...
ResponderEliminarNão vou palpitar nada, esperando o desfecho...
Beijinhos.
O desfecho ainda vem longe, Mona Lisa! Há mais por aí :)
EliminarBeijinhos
"na prevalece, rigorosamente nada quando existe o eco do "ainda te amo", quando a outra parte não consegue verbalizar o mesmo.
ResponderEliminarQue Rafael tome a decisão certa seguindo o que o coração lhe diz...porque sim. É difícil? É...mas três meses é muito pouco para a poeira assentar e voltar ao ponto de partida...julgo eu de que!
Aguardo pelo novo capítulo!
Um abraço
Fatyly, o Rafael está desesperado por tomar a decisão certa mas o coração pede-lhe algo mais!
EliminarNo início da semana publico o terceiro capítulo!
Abraço
É o eterno problema de amar e não ser correspondido...
ResponderEliminarMas noto aí uma certa dose de masoquismo, se ele não a amava antes, com certeza não a ama agora.
Sei lá... acho eu, mas eu sei tão pouco...
Beijos
Estava a pensar que teria sido ela a terminar antes e não ele....
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